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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bicicleta elétrica.

A Volkswagen apresentou na China a Bik.e, sua primeira bicicleta elétrica

  
                        
Caracterizada pela ausência de pedais, a bicicleta da VW tem design elegante e pode ser dobrada para transporte no portamalas, dentro do espaço normalmente reservado ao pneu sobressalente.


A bicicleta da VW é movida por um motor colocado ao centro da roda traseira e tem autonomia de cerca de 20 quilômetros. Segundo a empresa, o objetivo foi criar um complemento para o automóvel, e não um substituto. O desempenho é adequado para passeio: a velocidade máxima é de 20 km/h.

Os freios são a disco, nas duas rodas. Uma novidade importante é a possibilidade de recarregar as baterias no próprio carro que transporta a bicicleta, além, é claro, da rede elétrica doméstica.

Não houve anúncio sobre preço nem quando a Bik.e estará sendo comercializada.

Fonte: http://www.bicicletaeletrica.org/2010/05/volkswagen-lana-bicicleta-eltrica/

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Descoberta de bactéria que se alimenta de arsênio.

Astrobiologia

Descoberta de bactéria que se alimenta de arsênio pode redefinir a química da vida.



Achado da Nasa em lago na Califórnia abre novas perspectivas para a compreensão da vida e amplia o escopo das buscas por tipos extraterrestres
Foi no Lago Mono, na Califórnia, nos Estados Unidos, que os cientistas encontraram a bactéria que utiliza arsênio no lugar do fósforo. O lago é conhecido pelas altas concentrações de arsênio e pela altíssima salinidade (Robert Harding/Latinstock)

Após um misterioso e incomum anúncio de entrevista coletiva feito pela Nasa, um famoso blogueiro americano, Jason Kottke, especulou na segunda-feira: “Teria a Nasa descoberto vida extraterrestre?” Foi o suficiente para atiçar os aficionados por ETs e gerar uma onda de boatos na internet. No dia seguinte, porém, o editor da revista The Atlantic, Alexis Madrigal, desmentiu Kotkke: “Não é nada disso”, tuitou. Mas o certo seria afirmar: “não é bem isso”. Conforme revelado nesta quinta-feira, a Nasa descobriu uma bactéria que se comporta como um ser extraterrestre – ou como os cientistas imaginam que um organismo assim se comportaria. Mas o achado foi feito em solo terrestre, ou melhor, em um lago da Califórnia onde a concentração de arsênio é altíssima.

O lago Mono é conhecido pela hipersalinidade e pela alta concentração de arsênio. Em grandes quantidades, este elemento químico é tóxico para a maioria dos seres vivos. Mas o microorganismo descoberto pela Nasa conseguiu se adaptar ao ambiente hostil, substituindo o fósforo – um dos seis elementos considerados essenciais à vida – pelo arsênio. O estudo será publicado na revista Science e foi liderado pelo Instituto de Astrobiologia da Nasa.

O que isso pode nos dizer sobre a vida fora da Terra? Um parâmetro importante para considerar outros planetas e luas mais ou menos favoráveis ao surgimento da vida são as concentrações dos elementos químicos considerados fundamentais. A bem sucedida substituição do fósforo por arsênio indica haver chances para a vida mesmo sob condições consideradas adversas. Isso aumenta as perspectivas de desenvolvimento da vida e amplia o escopo das buscas por formas extraterrestres.

Felisa, da Nasa, 'o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?'

A base da vida - Cerca de 98% do corpo humano é formado por apenas seis elementos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo. São os elementos-chave da vida. Combinados, formam os principais grupos de compostos orgânicos: as proteínas, os carboidratos (como a glicose), os lipídios (como as gorduras) e os ácidos nucleicos (o DNA e o RNA). Em tese, é possível que uma combinação diferente de elementos na tabela periódica exerça as mesmas funções vitais. Como o arsênio possui propriedades químicas semelhantes ao fósforo, cientistas já haviam teorizado que seria possível trocar um elemento pelo outro e ainda manter a estrutura física das moléculas. Mas isso não havia sido observado na natureza.

Partindo dessa ideia, a equipe de pesquisadores liderados pela bioquímica Felisa Wolfe-Simon isolou uma cultura de bactérias da família Halomonadaceae do Lago Mono. Esse lago supersalgado é considerado inóspito para a maioria dos seres vivos. Os cientistas cultivaram as bactérias em uma solução salina de fósforo e foram alterando a concentração gradativamente, substituindo o elemento por arsênio. As bactérias conseguiram se adaptar à solução e passaram a integrar o arsênio na sua estrutura celular. Em vez de fósforo, os pesquisadores passaram a encontrar arsênio nas moléculas.

Por causa dessa descoberta a ciência terá que fazer uma “busca mais profunda do conceito da arquitetura da vida”, diz Vera Solferini, bióloga do Departamento de microbiologia do Instituto de Biologia da Unicamp. Ela destaca que as pesquisas que buscam a origem da vida terão o horizonte ampliado. De acordo com os autores da pesquisa, a vida como a conhecemos exclui alguns elementos e inclui outros. “Tudo leva a crer que essas não são as únicas opções”, destaca o artigo. Mas Felisa acredita que a maior descoberta não está no Lago Mono. “Se um organismo pode realizar algo tão inesperado na Terra, o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?”, pergunta. “É hora de descobrirmos”.

Divulgação
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nasa-descobre-bacteria-que-se-alimenta-de-arsenio